O grupo Omnira formado por três mulheres, Juh Sete, Paty Treze, Janaína’D Nótria, e também pelo Dj Neew lançou o aguardado álbum 'Grito de liberdade', produzido pelo próprio DJ do grupo.
Uma mostra do grupo já tinha sido vista em algumas músicas, a mais recente 'DNA de protesto' apresentou a retórica enfurecida de mulheres que não vieram para brincar no Rap.
Grito de liberdade, não é só mais um álbum lançado em 2017, é muito mais que isso. Ao ser analisado na sua totalidade podemos perceber o quão resistente ele é. Não é todo dia que ouvimos rimas pesadas, politizadas e carregadas de emancipação nos vocais feito por três mulheres negras em um universo tão machista quanto o do Rap. Além disso, a musicalidade com elementos africanos evidentes em cada beat revelam o que nos últimos tempos tentaram negar, que o Rap é sim, uma música Negra. Outro ponto à se destacar são as referências de religiões de matrizes africanas. Como sabemos, historicamente as crenças do povo negro eram marginalizadas, e violentamente reprimidas e silenciadas.
Um grupo de Rap composto na sua maioria por mulheres, com um discurso politizado e direto, e com fortes influências da cultura negra, é um ato de resistência.