Quando o rapper Renan do grupo Inquérito, disse na música que existiam pessoas que eram Rap, antes mesmo do Rap existir, ele estava fazendo referência a arte da militância que transpassa a barreira musical. Que consegue ser combatente nas esferas onde menos se espera, e objetiva a ação sem se preocupar com rótulos ou posições. O Hip Hop é mais do que simplesmente quatro elementos juntos que estabelecem uma cultura. Ele é vida, preocupação social, coletividade e olhar o outro com empatia.
Um Hip Hop que não consegue enxergar as questões sociais e intervir nessa realidade, e fica camuflado no discurso de "evolução", está longe dos princípios que direcionam a cultura das ruas.
Um dos exemplos que podemos mencionar dentro desse assunto, é o escritor Sacolinha. Que está mudando a cara da sua quebrada, Suzano/SP, com a arte e a literatura. O escritor juntamente com outros manos, começou um projeto que trabalha os muros do bairro, e através do graffiti e da poesia, mudou a paisagem do local. O projeto não conta com a ajuda governamental, patrocínios, ou inciativa privada. Somente a militância e atitude de pessoas que vislumbram uma quebrada mais colorida e poética.
Isso mostra que o Hip Hop vai além da música. Muitas vezes a ação parte de quem não canta, não discoteca, não rima, mas é mais Hip Hop do que qualquer um.
