No último podcast o Rap Em Debate publicado aqui no blog com a participação de Gabriela Bruce, foi conversado sobre a violência contra a mulher na sociedade brasileira. Na ocasião falamos de como esse tipo de covardia persistia desenfreadamente nas periferias, e de como isso vinha crescendo em decorrência de inúmeros fatores provenientes de uma sociedade machista e opressora.
Casos de violência contra as mulheres são praticados em todo tempo. Até as estatísticas mais mascaradas não são capazes de esconder que existe um processo de exclusão e extermínio de mulheres que não se submetem aos preceitos conservadores e machistas. Mulheres que não escondem a sua luta, trabalho, orientação sexual, religião, estado civil, condição social ou qualquer outro tipo de situação que constantemente às tornam vitimas de olhares acusatórios.
E o caso de Mc Brankela foi mais um desses, a rapper que tinha apenas 19 anos foi morta com 7 tiros na periferia de Manaus/AM. Segundo a investigação, o crime foi praticado por dois homens de moto que atiraram na jovem, e depois fugiram. Tanto os homens quanto a moto não foram identificados.
Nas reportagens que relataram o fato não houve citação da motivação do crime, e nem um envolvimento da jovem que pudesse ser associado ao episódio. No entanto, isso pouco importa. A maior motivação para a prática de mortes como da Mc Branquela e de muitos outros jovens periféricos é a ineficiência do Estado em garantir o artigo 5° da constituição federal para os mais vulnerareis. É a disposição que o Estado tem em manter as relações de opressão contra o povo preto, pobre e periférico. São as inúmeras investidas criminosas contra nossos jovens que ficam entre a opção da criminalidade e a da exclusão social. Negar o extermínio da juventude pobre do Brasil é uma vergonha.
Brankela morreu por ser mulher, ou por ser pobre, ou por ser moradora de periferia. Porém, pode ter sido por todos esse motivos somados.