Sobre o Canaval

Salve rapazida, hoje vou postar um texto da jornalista Jéssica Albino sobre o maior movimento cultural do nosso pais.


Carnaval - Uma folia de excessos

“Acidentes e mortes aumentam nas rodovias durante o Carnaval”. “Sem estoque de sangue, risco de morte aumenta nos hospitais”. Estas são apenas algumas das notícias compartilhadas por todos os brasileiros durante o período de folia.
A festa mais popular e representativa do mundo coloca o Brasil na categoria de povo feliz e animado. E por que não dizer: despreocupado. Afinal, tudo são cores, plumas, paetês. E muito excesso.
Os quatro dias de Carnaval, que, para muitos, tem início antecipadamente, contando até mesmo uma semana antes e não raro prorrogado até depois da quarta-feira de cinzas. No país tupiniquim, só se pensa com seriedade em trabalho após as festividades.
Antes disso, celebra-se o exagero. A começar pelo dinheiro investido em fantasias e alegorias, que brilham durante poucos minutos na avenida e apodrecem ao longo do ano em barracões ou descartes.
Na sequência, viagens, pacotes e abadas. Fora a preparação para a celebração: horas de academia, salão de beleza e compras. É preciso estar bonito.
As fábricas de bebida faturam absurdos, afinal, é o período em que mais se consome. É preciso beber, afinal, é festa, é Carnaval e o momento de comemorar a liberdade pré-quaresma deve ser único.
A origem da festa vem de Portugal, onde nossos colonizadores tinham por hábito festejar atirando água, ovos e farinha nos outros, costume que se espalhou pela Europa, incrementado pelas fantasias e brincadeiras.
Na avenida, no cordão do trio-elétrico e nas ruas, não faltam sprays. Sejam de espumas, buzinas a gás e serpentinas. Mesmo com as vendas proibidas, dá-se um jeito de burlar a fiscalização, afinal, é Carnaval e se não for permitido nestes quatro dias, quando será?
Bebe-se mais, come-se mais, festeja-se mais e com isso vem a obrigação: para ser/estar feliz é preciso transar. Quem vai contabilizar mais pessoas na lista? Não há motivo para se preocupar com preservativos, pois o Governo investe milhões na distribuição através de vários programas municipais e estaduais e trabalhadores do setor da saúde ficam em postos pré-determinados efetuando a distribuição, até porque, dentro dos excessos carnavalescos é quase obrigatório praticar o sexo.
Quem bebe mais? Não são raras as competições de bebidas. O mérito vai para quem passar mal primeiro, ou ficar tão embriagado a ponto e precisar se dirigir a pronto-socorros. É obrigatório se divertir, a qualquer custo.
Pessoas e mais pessoas. Assim se tornam alguns metros quadrados do Brasil durante a festa. Em algumas, ele é ainda mais disputado. São milhões de foliões querendo seu espaço ao sol, ou ao solo, querendo festejar. A cada metro, 10 ou mais pessoas espremem-se o quanto podem, até porque, é necessário se divertir durante o Carnaval.
Os excessos de mortes, pessoas feridas, entre outros começam a ser contabilizados a partir de grandes aglomerados. Há ainda o exagero dos decibéis nos carros de som, particulares e caixas de festas e bailes. Os tímpanos aguentam, afinal, são os únicos quatro dias do ano em que tudo é permitido, inclusive, infringir boa parte das leis.
Outro exemplo são os dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) que mostram que nesse período é quando mais se tem registros de morte em decorrência do uso do álcool, sendo que, durante a festa, em 2010, o órgão contabilizou 3.233 acidentes e 143 mortes nas estradas federais, além de um aumento de 43% nas autuações por embriaguez ao volante, num comparativo com 2009.
A busca pela festança e pelo prazer desenfreado durante os quatro dias do Carnaval obriga-nos a ver, na quarta-feira de cinzas, um cenário cada vez mais alarmante: noticiários banhados de sangue, causado pelas mortes nas estradas, pelas filas nos hospitais, pelos testes de HIV positivados, pelos pisoteamentos e não raro, por tragédias ainda maiores, onde várias mortes se tornam destaques país afora.
Assim, o que seria um momento de comemoração através da música, do samba e da beleza contada e cantada através da arte torna-se uma folia de exageros, com brigas, mortes, traumas e cada vez mais, estatísticas negativas crescentes.
E aí, será que temos mesmo o que comemorar?
Jéssica Balbino é jornalista, escritora e blogueira (www.jessicabalbino.blogspot.com)

Para completar, deixo uma música que representa bem está época do ano... 

Chegou o carnaval - Apocalipse 16
  

Na minha opinião carnaval é anestesia na carne do povo para o sofrimento do ano todo, comemorar oquê?
Enchentes, mortes, hospitais vazios e sambódromos lotados, acidentes de trânsito, pessoas alcoolizadas.
Sem mais e Até mais...

O Rap m Debate


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